• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade
    Nosso corpo administrativo é formado por profissionais graduados em áreas pontuais. Este fator minimiza gastos administrativos de nosso empreendimento.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Alta da Selic deve desacelerar economia no 2º semestre

Para economista, crescimento poderia chegar a 7% este ano, mas elevação da taxa de juro vai reduzi-lo a 6%

Fonte: EstadãoTags: juros

Para economista, crescimento poderia chegar a 7% este ano, mas elevação da taxa de juro vai reduzi-lo a 6%

 

A elevação da taxa Selic, com início esperado para abril, deve desacelerar a economia brasileira principalmente a partir do segundo semestre do ano. A previsão é do economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, ao programa AE Broadcast Ao Vivo, da Agência Estado. Para o analista, o crescimento da economia brasileira poderia chegar a 7% em 2010, mas a alta da Selic deverá trazer o Produto Interno Bruto (PIB) para um nível "mais razoável". Ele projeta avanço de 6% do PIB em 2010. 


Vale prevê um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,7% neste ano, mas não descarta um avanço para 5%, números que ficam acima do centro da meta de inflação (4,5%). "Para ter um IPCA de 4,7%, no cenário muito ruim de inflação que estamos tendo no primeiro trimestre, o IPCA médio, a partir de abril, teria de ser de 0,3% a cada mês. Acho difícil isso acontecer", acrescentou. O analista avalia que os principais riscos à inflação neste ano derivam da demanda doméstica. Para o economista, a taxa Selic começará a subir em abril, com alta de 0,5 ponto porcentual. Até o fim do ano, prevê o analista, a taxa Selic deve subir 0,25 ponto, ante a atual de 8,75%. 

Com essa elevação esperada do juro, uma trajetória de desaceleração também pode ocorrer com a criação de empregos formais no País. Vale considera que "não seria difícil" a concretização da meta do governo de 2 milhões de novas vagas formais em 2010. Mas, do mesmo modo que deve haver perda de velocidade no ritmo de crescimento econômico, a possibilidade de não ocorrer tal elevação na quantidade de postos de trabalho também reside na condução da política monetária. 

O aperto do juro ainda deverá atuar bastante na desaceleração da economia em direção a 2011, "trazendo a inflação para mais próximo (do centro) da meta", ponderou. Para Vale, a expectativa de inflação para 2011 coletada na pesquisa Focus, conduzida pelo BC, continua ancorada pela percepção dos agentes do mercado relacionada à possibilidade de o BC ser "veemente na sua política, começando a fazer o aumento do juro em um momento em que achar adequado". 

Com a alta projetada para a Selic, Vale acredita que a economia vai desacelerar, mas não enfrentará o risco dos voos de galinha extremos como no passado, de crescimento muito forte em um ano e desaceleração intensa no seguinte. "Esse risco passou. Com pequenos ajustes na política monetária, mantém-se a inflação na meta sem acelerar tanto a economia."

As estimativas para o próximo ano têm por base a manutenção das políticas econômicas pela próxima administração federal. Vale avalia que não haverá um "cavalo de pau" nas políticas monetária e cambial. "Não há franco-atiradores na disputa presidencial."

FIPE

Ontem, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou que o IPC avançou 1,09% na segunda quadrissemana de fevereiro, em comparação com 1,28% da quadrissemana anterior. O IPC-S, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu 1,04% na quadrissemana encerrada em 15 de fevereiro, abaixo do 1,33% da quadrissemana até 7 de fevereiro. 

Essa desaceleração nos dados de inflação era esperada, mas não significa que não existam perigos adicionais nesta arena, pondera Vale. "Não concordo muito quando se fala que a questão da inflação agora é só um problema sazonal." 

O analista observa que os itens ligados à educação apresentaram peso relativamente forte no início do ano e começam a desacelerar. Para os próximos meses, no entanto, Vale acrescenta que todas as indicações relativas à demanda no País, principalmente dados contidos nos núcleos dos índices, mostram que as pressões para a inflação vão além da questão sazonal do início de ano. 

Para o economista, o componente alimentos não está entre os itens de preocupação. Vale lembra que, no início do ano, este item mostra volatilidade por causa do período de chuvas. Depois de março, a expectativa é que os preços de alimentos mostrem desaceleração maior do que deve vir em fevereiro.

Segundo ele, são preocupantes para o cenário de inflação no País os itens ligados à demanda doméstica, como o setor de serviços, que tem "tendência de aceleração importante neste ano". Outro risco está ligado à taxa de câmbio. "A taxa de câmbio em um cenário de economia forte e de depreciação pode ser preocupante para a inflação. O BC terá de olhar com carinho a questão da demanda e do câmbio este ano", completa.