• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade
    Nosso corpo administrativo é formado por profissionais graduados em áreas pontuais. Este fator minimiza gastos administrativos de nosso empreendimento.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Banco Central deve elevar Selic pelo menos mais uma vez

No atual ciclo de aperto da política monetária, o Banco Central optou pelo gradualismo.

Autor: Flávio SamaraFonte: EstadãoTags: juros

 

No atual ciclo de aperto da política monetária, o Banco Central optou pelo gradualismo.

Essa postura suscitou questionamentos de participantes do mercado, que enxergaram um BC complacente com a inflação - pois o aperto seria insuficiente para levar a inflação ao centro da meta.

A inflação permanece em nível incômodo, mas há evidências de que a alta dos preços em 12 meses já chegou ao seu pico. Uma convergência rumo ao centro da meta está em via de se iniciar, sob a influência de uma maior desaceleração na atividade. Essa parece ter sido a principal mensagem contida na ata da última reunião do Copom, divulgada ontem.

Ao elevar a taxa básica em 0,25 ponto no dia 20, o Copom divulgou um comunicado mais lacônico que o esperado. Grande parcela do mercado entendeu que o ciclo de aumento da Selic teria chegado ao fim sem garantia de um IPCA na meta para 2012. Seguiram-se pioras nas expectativas inflacionárias e os investidores passaram a embutir prêmio maior no mercado de juros.

Mas o BC não fechou a porta a novas altas. Apesar de ter notado mais incertezas no cenário internacional, observou que o maior risco para a inflação continua no mercado de trabalho apertado, que resulta em aumentos salariais acima do aumento da produtividade.

É bastante claro que o cenário internacional demanda cautela extra. Temos visto preocupações, ainda que exageradas, quanto ao risco de calote nos EUA. Seria um fato inusitado, mas cabe ressaltar que não é o cenário mais provável. Todavia, é um exemplo da turbulência das águas internacionais, nas quais o BC deve conduzir a economia brasileira.

A inflação permanece em nível muito distante do centro da meta e há riscos que sua convergência não seja tão tempestiva quanto deseja a autoridade monetária. Dessa forma, o BC deve priorizar a evolução das variáveis domésticas, sem deixar de acompanhar os desdobramentos na Europa e Estados Unidos.

No terceiro trimestre, a atividade deverá trazer sinais mais claros de acomodação, resultando numa inflação mais em linha com a meta. Mas mudanças substanciais nos indicadores deverão surgir somente após a próxima reunião do Copom, em agosto, privando a autoridade monetária de ter em mãos dados que justifiquem a interrupção do atual ciclo. Nesse contexto, o Banco Central deverá optar, pelo menos, por novo aumento de 0,25 ponto.