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Notícia

O aumento abrupto do dólar no Brasil

É natural que em um ambiente de incertezas os investidores procurem se proteger, sacando dólares do ambiente brasileiro

Autor: Douglas Dias BastosFonte: Revista Incorporativa

Em uma semana, o dólar valorizou 7,6%, tendo um pico nesse período de quase 15%. Parece que, definitivamente, a economia brasileira absorveu os impactos da recente crise econômica mundial. O que se viu neste período foi uma fuga maciça de dólares do Brasil, por conta de algumas notícias ruins – tanto do ambiente externo quanto interno.

Há evidências de que a crise na Europa possa se agravar, levando mais países àmoratória, além da possibilidade de quebras no setor financeiro. A economiaamericana mostra-se incapaz de reagir e, para piorar, o ambiente político éturbulento e já começa a se antecipar às eleições presidenciais de 2012. A economia japonesa derrapa há pelo menos vinte anos, tendo o quadro agravadopelas condições naturais catastróficas. No ambiente interno, a política econômica do governo Dilma dá sinais de que poderá haver certa ruptura com o passado, a partir de algumas decisões do governo federal quanto aos três pilares da política econômica: o controle da inflação, regime de câmbio flutuante e formação de superávit primário para o pagamento de juros da dívida ao tripé.

Sendo assim, é natural que neste ambiente, carregado de incertezas, os investidores procurem se proteger, sacando dólares do ambiente brasileiro em busca de alternativas menos arriscadas. O Banco Central (BC) interveio no mercado (o que não fazia há dois anos) com o objetivo de limitar a disparado do dólar. Neste ponto, o BC temmuita munição para intervenção, pois possui um elevado saldo de reservas internacionais.

A forte volatilidade do dólar afeta negativamente as decisões tomadas pelos agentes econômicos, prejudicando o crescimento econômico do país, que já vem dando sinais de queda. Por fim, a grande questão não é o patamar da taxa de câmbio (apesar de polêmica), mas a oscilação da taxa, que embute mais risco nas decisões tomadas, em que mais uma vez, quem paga a conta é o consumidor.