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Confira 5 dicas para lidar com as finanças em tempos de "ajuste fiscal"

O ano de 2015 mal começou e já vem sendo visto por analistas como um período de muitos desafios para o Brasil.

O ano de 2015 mal começou e já vem sendo visto por analistas como um período de muitos desafios para o Brasil. O país precisa retomar o crescimento e, para isso, a equipe econômica do governo deu início ao chamado “ajuste fiscal”, com o objetivo de reequilibrar as contas do Planalto, ampliando as receitas e reduzindo gastos.

Reverter esse quadro de déficit público, no entanto, pode acabar pesando no bolso de todos os brasileiros, pois os juros em alta, o aumento dos preços de combustíveis, da energia, das tarifas de transporte urbano, de impostos e da inflação devem dar a tônica em 2015. 

A administração das finanças em um cenário como esse requer o dobro de cuidado. O consultor do Vida Investe (iniciativa da Funcesp na área de educação financeira e previdenciária), Ricardo Figueiredo, preparou algumas dicas para gerir os recursos sem sufoco em tempos de “ajuste”. 

Ricardo Figueiredo é economista com especialização em Mercados Financeiros e MBA em gestão Financeira e Atuarial. Integra, desde 2003, o setor de Processamento e Controle de Investimentos da Funcesp. No Vida Investe, o profissional é responsável por tirar as dúvidas dos participantes na área de finanças pessoais. Confira abaixo as recomendações do especialista: 

1. Evite contrair novas dívidas

Um momento de alta de juros é sempre delicado para novos endividamentos, sejam eles de curto, médio ou longo prazo. “O aumento da taxa básica de juros provoca adequações em todo o mercado. Os bancos elevam as taxas dos seus produtos, desde as linhas de crédito mais simples até as mais complexas. Dessa vez, nem mesmo os financiamentos imobiliários, que tendem a ter juros mais estáveis, ficaram de fora. O cheque especial e os cartões de crédito também devem ser utilizados com o dobro de cautela.”, explica o consultor. 

2. Compre à vista 

Segundo Ricardo, em situações como a atual é sempre melhor adiar ao máximo a compra de eletrônicos e eletrodomésticos para dar preferência ao pagamento à vista e fugir de juros embutidos nos parcelamentos. “Inclusive, muitas vezes, ao comprar à vista é possível conseguir descontos interessantes em algumas situações”, destaca o especialista. 

3. Reveja o uso do carro 

Com a elevação dos preços dos combustíveis, vale a pena avaliar o uso do carro. “Programar um esquema de caronas com vizinhos ou colegas de trabalho que morem na mesma região, por exemplo, pode ajudar a minimizar os impactos nas contas do aumento na gasolina e no etanol”, sugere o consultor. Deixar o automóvel na garagem no caso de uma ida rápida ao supermercado ou à padaria e utilizar o veículo somente para percorrer distâncias maiores também são outras dicas.

4. Invista em renda fixa 

Para quem já possui algum dinheiro guardado e consegue poupar mensalmente, o momento é de aplicar em renda fixa. “Com a Selic em alta, os ganhos nessa modalidade de investimento tendem a ser maiores”. Ricardo afirma que uma boapedida são os títulos do tesouro direto atrelados à inflação, que além de serem ativos praticamente livres de risco, oferecem um bom retorno, protegendo o poder de compra do capital investido, e garantias de pagamento pelo governo. Para prazos mais curtos, títulos atrelados à Selic permitem ao investidor aproveitar esse momento de juros elevados.

5. Tenha cautela nos investimentos em renda variável 

A compra de ações na bolsa de valores é uma modalidade de investimento naturalmente mais arriscada. Em momentos de instabilidade econômica, os riscos são ainda maiores. “Estamos apenas em janeiro e o Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, já acumula perdas superiores a 5%, por isso todo cuidado é pouco”, alerta Ricardo. De acordo com ele, não se trata do melhor momento para aplicar o capital em ações, mas, se essa for a opção do investidor, é preciso cautela. “Buscar o máximo de informações possível e estudar bastante é fundamental para fazer as melhores escolhas”, conclui.