• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade
    Nosso corpo administrativo é formado por profissionais graduados em áreas pontuais. Este fator minimiza gastos administrativos de nosso empreendimento.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Governo mudará MP que altera tributação de empresas brasileiras no exterior

No entanto, nem a equipe econômica, nem os dirigentes das empresas detalharam as alterações em estudo.

O governo mudará o texto da Medida Provisória (MP) 627, que tributa lucros de multinacionais brasileiras que atuam no exterior, disseram empresários que se reuniram por quase cinco horas com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No entanto, nem a equipe econômica, nem os dirigentes das empresas detalharam as alterações em estudo.

Editada em novembro do ano passado, a medida provisória vence em abril. Mais cedo, o presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, havia dito que os empresários pretendem apoiar a votação da medida provisória no Congresso, desde que haja alguns ajustes no texto.

Pelas regras em vigor, empresas brasileiras com filiais no exterior precisam conviver com três padrões contábeis diferentes, o brasileiro, o europeu e o americano, fator que contribui para dificultar o balanço das multinacionais brasileiras. O governo criou um Regime Tributário de Transição (RTT) para essas empresas, que vigorará até 2015, mas as empresas reclamam que o novo regime aumenta a carga tributária.

O diretor executivo global de Assuntos Corporativos da Brazil Foods, Marcos Jank, disse que o governo concordou em alterar alguns pontos, mas as mudanças só serão discutidas em reuniões a serem marcadas nos próximos dias. “Acho que havia mais expectativa [em relação à reunião de hoje], mas pelo menos a gente está fazendo um diálogo porque ela [a medida provisória] realmente aumenta a tributação”, declarou.

De acordo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o setor defende que a medida provisória evite a bitributação (cobrança de tributos uma vez no Brasil e outra no exterior), a incidência de impostos sobre dividendos ainda não distribuídos e a tributação de investimentos das multinacionais brasileiras no exterior. Ele, no entanto, ressaltou que a entidade não acompanhou a primeira parte da reunião, em que foi discutida a MP.

Andrade disse apenas ter participado da segunda parte da reunião, em que o ministro e os empresários discutiram a conjuntura econômica. Segundo o presidente da CNI, o otimismo da indústria melhorou em janeiro, o que foi expresso no crescimento dos principais indicadores do setor, divulgados ontem (11). Apesar disso, os empresários estão preocupados com o setor elétrico.

O presidente da CNI descartou o risco de racionamento, mas expressou preocupação com o custo da energia. “Não há risco de racionamento, até porque as usinas térmicas estão ligadas. Mas o uso das termelétricas tem custo, e não queremos que esse custo seja repassado nem para a indústria nem para o consumidor”, disse.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e da Indústria de Base (Abdib), Paulo Godoy, Mantega prometeu que o governo encaminhará uma solução nas próximas semanas para melhorar o equilíbrio financeiro da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que financia a redução das tarifas de energia. O ministro, no entanto, não informou que tipo de medida pretende tomar. Em relação à MP 627, Godoy disse que o governo pode incluir as alterações tanto no texto em tramitação no Congresso como editar uma nova medida provisória.